quinta-feira, 7 de outubro de 2010




PARA SEMPRE LORCA

"Deixaria neste livro/toda a minha alma./ Este livro que viu/ as paisagens comigo/ e viveu horas santas./ Que pena dos livros/ que nos enchem as mãos/ de rosas e de estrelas/ e lentamente passam! (...)"
                                                  PROLOGO -  Federico Garcia Lorca. 
                                               (Trad.) William Angel de Melo



Federico García Lorca nasceu na região de Granada, na Espanha. Como o homem do sul da Espanha, de alma simples e direta, de estilo doce e comovente, é assim a poesia de Lorca, e  é de lá que ele trouxe para a sua arte a paisagem da Andaluzia impregnada pelo modo de viver das pessoas mais simples, de sua cultura e costumes, decorada pelos ladrilhos mouriscos pelos tons secos da terra com a qual se modela e esmalta a faiança no inconfundível azul do céu de Velásquez. 
Buscou resistir contra todo tipo de opressão, porém em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, Federico Garcia Lorca, na mesma Granada,  foi preso e fuzilado por militantes franquistas, tornando-se símbolo da vítima dos regimes totalitários.
 

                                                PAZ

Soy un tipo pobre silencioso y apasionado que, así como el maravilloso Verlaine llevo dentro un lirio imposible de regar, y para los ojos tontos de aquéllos que me miran soy como una rosa con el tinte sexual de una peonía de abril, lo que no es verdad de mi corazón… (…) Mi  imagen y mis versos dan la impresión de algo muy pasional… y, sin embargo, en el fondo de mi alma hay un enorme deseo de ser infantil, muy pobre, escondido. Veo ante mi muchos problemas, muchos ojos que me atrapan, muchos conflictos entre la cabeza y el corazón y toda mi vegetación intenta entrar en un jardín dorado y lo intento una y otra vez porque me gustan las muñecas de papel y los juguetes infantiles… pero el fantasma que vive dentro de nosotros y nos odia me empuja sendero abajo. Uno tiene que seguir moviéndose porque tenemos que crecer y morir, pero no quiero prestarle ninguna atención… y, no obstante cada día que pasa tengo una nueva duda y una nueva tristeza. Tristeza del enigma de mi mismo."  (…) Creo que todo lo que hay a nuestro alrededor está lleno de almas que pasaron, que son los que provocan nuestras penas y que son los que entran en el reino habitado por esa virgen blanca y azul llamada (Melancolía… o, en otras palabras, el reino de la Poesía, (no concibo otra poesía que la lírica). Yo entré hace ya tiempo… Tras entrar en el reino de la Poesía, terminé por llenarme de amor por todo. Resumiendo, soy un chico bueno, que abre su corazón a todo el mundo… (…) Amo a Venus con locura, pero amo aún más la pregunta, ¿Corazón? Y sobre todo, me mantengo fiel a mi mismo, (…) ... quiero ser yo mí mismo.”


Fragmentos da carta que Lorca escreveu a um amigo poeta, dias antes de completar 20 anos, embora com idéias um pouco confusas e sem medir consequências, parecem fazer uma apresentação de si mesmo. Por seu caráter e seus poemas, tratava-se de uma pessoa apaixonada, pelo uso da palavra PAZ utilizada como título de sua carta-poema naquele instante da história espanhola sabia da existiência de um mundo além dos laranjais e oliveiras dos campos de Granada. De fora, ou de dentro de Granada o fato é que Lorca parecia ser como ele mesmo sugeria ser- um homem gentil,  um bom moço que via através da vidraça de sua confortável casa um menino que olhava para dentro de si.
Lorca não se prendeu somente aos costumes de sua terra como a traduziu em seu Cancioneiro Cigano, levando-o a ficar conhecido por toda a Espanha. Manifestou com outros tons suas preocupações existenciais, as  do menino que olha para dentro de si mesmo. 
Dramaturgo, poeta da irreverência e da metáfora, poeta do amor (e não apenas o amor cigano), o poeta carregava outra seleção de versos que necessitava de um espaço, ainda desocupado à sua época na Andaluzia rural, na Espanha franquista
Escreveu  em seus versos sobre todas as formas de amor sem ignorá-las, o que viria a ter um papel importante no desenvolvimento de sua arte. 
A literatura de Lorca se mostra como a de um espírito aberto para todos desde sempre,  a arte amável intimamente associada à paz, com sua generosidade lhe ensinou a não pertencer a maiorias seguras, mas a saber o que se sente ao ser ferido e insultado. Permitiu-lhe escrever poesia para aqueles que lutam e amam a paz, para os que não têm nada. 
Ensinou-lhe a enfrentar importantes questões existenciais, explorando-as e transcendendo-as por meio de sua arte. E ainda nos disse:
 “Si se me presentasen dos escalas,  por un lado mis propios sufrimientos, y la justicia por el otro, me inclinaría con todas mis fuerzas por la última.”


                     
Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco en el mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura,
Ella sueña en su baranda.
Verde carne, pelo verde,
Con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
Las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.


POEMAS

-Libro de Poemas
-Poema del Cante Jondo
-Primeras Canciones
-Canciones
-Romancero Gitano
-Poeta en Nueva York
-Llanto por Ignacio Sánches Mejías
-Seis Poemas Galegos
-Divan del Tamarit
-Poemas Sueltos

DRAMATURGIA

-Mariana Pineda
-La Zapatera Prodigiosa
-Bodas de Sangre
-Yerma
-La Casa de Bernarda Alba



GARCIA LORCA e SALVADOR DALI








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QUALQUER MANEIRA DE AMOR VALERÁ





 Imagens: Google images

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