sábado, 11 de setembro de 2010

A PONTA DO FIO

Quando ainda não existiam os Blogs e pouco se falava em redes sociais, o usual era frequentar as salas de bate papo, os chats. As comunidades virtuais tinham outra conformação, outros objetivos e os chats eram disputados, vaga a vaga, pelos muitos usuários ávidos por se comunicar virtualmente, o que já não era tanta novidade assim.
As pessoas se encontravam naquelas salas com muitas pretensões, poucas intenções e sem nenhum compromisso. Visitar uma sala virtual poderia “dar samba”- encontros reais, bate papos em carne e osso, ao vivo e a cores.
Homens se passavam por mulheres, elas por eles, pais procuravam filhos que se escondiam para bisbilhotar conversas de maiores de 40 e menores de 50- presumível faixa etária  dos frequentadores alternando-se nas listas com infindas possibilidades. Travavam-se diálogos sérios, contavam-se muitas mentiras e tudo o que as asas da imaginação podiam carregar num vôo sem plano. Uma coisa era certa, realidade trocava-se por fantasia em um cenário concebido pelo vagaroso provedor inclemente com a paciência do usuário.
Personagens saídos de labirintos gregos seguravam pontas de novelos com muita imaginação. Dentre os muitos fios soltos e enredados, surgiu o início de uma meada que se desenrolou, dando muitas voltas enovelou, e a conversa tomou um rumo que, a exemplo do fio de Ariadne, orientou a saída de um labirinto, dessa vez  de palavras uma atrás da outra, de poesia, de prosa, de “prosapopeia”.
Soltei as linhas, nelas escrevi o que chamei pretensiosamente de livro e dei-lhe nome- “Poesia e Prosa Popeia. Inventei  palavras em que coubessem os diálogos, muitos deles compreensíveis só para quem os escreveu. Aconteciam entre a poesia citada e a que surgia.
Nunca publicado ficaria preso no labirinto, o fio daquela Ariadne não foi suficiente para apontar a saída. Quase tudo novo, ou de novo, o labirinto da poesia, da prosa e das conversas procuram uma nova saída. A grande pausa entre o início e a continuação desta aventura pode significar que ainda há muito verso e prosa para dizer. Vamos dar linha até aonde se possa chegar.

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