quarta-feira, 22 de setembro de 2010

AMORES DIFÍCEIS

Não é uma leitura de Italo Calvino e seu Os Amores Difíceis. Qual nada, de Calvino só  as poucas palavras de que tanto gosta em suas curtas narrativas, simétricas, personagens combinados, como se estivessem dançando sobre um tabuleiro de xadrez. 
Desencontrados e descombinados os personagens de Drummond em seu poema Quadrilha e a letra da música O Espinho da Roseira entoada por Karnak, na voz de André Abujamra mostram que nas histórias de amor, sejam contadas em versos cuidados, seja em uma canção com gosto de folclore em um vídeo de imagens irreverentes, podem terminar do mesmo jeito. Não como no jogo de xadrez, mas como na dança das cadeiras, faltando de um lado e sobrando do outro.
A roseira tem espinhos e bem me quer, mal me quer não é exclusividade de margaridas.


QUADRILHA
                         

Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


E ainda não acabou,

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