ou ouça oito conselhos,
eles são de graça.
Não fosse o texto enviado por uma amiga, cujo respaldo literário e artístico não me permitiria publicá-lo- foram poucas as pessoas que conheci com tanta simplicidade-, poderíamos atribuir a nomenclatura de auto-ajuda ao conteúdo que vamos postar, para comemorar os dois meses de existência deste blog onde já sabemos, cabe a poesia, cabe a prosa, prosapopeia e mais um pouco. Cabem quantas mãos escrevam, quantos olhos o leiam e as muitas emoções, de todos os que passam por aqui.
Orietta Borgia, filósofa, dramaturga, diretora de teatro, roteirista de cinema, tradutora das melhores, mulher-irmã. Dona de um belo par de olhos verdes que não deixam de faiscar, brilhantes, vibrando pela vida nova do dia seguinte, perturbando e se contrapondo à ideia de que o marasmo e a inércia não caberão, nunca, na sua cabeça-alma de artista.
Mais sonoro se fosse lido-ouvido no original (8 trucchi per aumentare la fiduccia in se stesse), sua língua pátria, nos traduziu e, no mínimo, poderá ser divertido. Seguem os oito conselhos, no texto estão destinados às mulheres, porém, quem quiser, faça bom uso. Nossa colaboradora, diretamente de Roma, traz Prosapopeia, para quem acha que conselhos não se podem vender, mas quem for esperto, os sigam.
Como se fosse pouco, ainda tem La pepa na sacada e um poema inédito.
Para um período de, tão só, dois meses, é uma festança.
Oito dicas para aumentar a confiança em si própria
Isabelle Filliozat
Colaboração de Orietta Borgia
1 Aprendendo a respirar- Diminuir a tensão.
O que está em jogo: A respiração é um modo excelente para aumentar a confiança em si mesma. Por que? Porque respirando profundamente soltamos todas as tensões do corpo. E nos concentramos sobre nós mesmas, o que corresponde a "tomar as distâncias" do mundo exterior. "Mais temos consciência da nossa respiração, mais controlamos a nossa vida " sintetiza Isabelle Filliozat.
Como fazer? Faça uma pausa e respire várias vezes por dia! Concentre-se na bacia, é o método por excelência, segundo a psicóloga. Sentada ou em pé, com uma mão nas costas, inspire inchando o baixo ventre. Para ajudar, imagine uma balão se enchendo por todos os lados. Você deve sentir que está respirando "até pelas mãos”. A cada inspiração você estará se livrando das tensões. Três minutos, duas ou três vezes por dia são suficientes. Relaxa e ainda é melhor, para a saúde, do que todas as outras "pausas" tipo café ou cigarro, que ao contrário, aumentam as tensões.
A dica a mais: Durante o exercício de respiração aprenda a "escutar o que acontece dentro de você ". Pergunte: "Como estou me sentindo?". Se você tem uma sensação positiva, o fato de tomar consciência dela irá aumentar o bem estar. Caso contrário, pergunte-se o porquê. E pense nas soluções para sair deste estado ao em vez de sujeitar-se a ele.
2 Mudar os hábitos: Ousar enfrentar aquilo que não se conhece.
O que está em jogo: No cinema só vou com meu amorzinho, compras só faço no supermercado, faxina obviamente no sábado e almoço de domingo é lasanha. São pequenos hábitos que dão segurança, pontos de referência de que necessitamos todos: servem para nos fazer sentir mais seguras. Mas quando surge um imprevisto (uma proposta de trabalho em Kuala-Lumpur, um jovem maravilhoso que insiste para sair) ficamos paralisadas de medo. Só porque não estamos acostumadas! Correndo assim o risco de renunciar aos nossos desejos.
Como fazer? Do que tenho vontade hoje?: " É uma pergunta que devemos repetir muitas vezes ", afirma Isabelle Filliozat. Começando devagar: mudamos o cardápio do almoço, depois experimentamos usar salto alto se estamos acostumadas a usar tênis (ou o contrário), vamos conhecer um restaurante indonésio, para ver como é...
A dica a mais: Se há uma frase a ser eliminada o quanto antes do seu vocabulário ela é "só tomo café ". É assim que acaba-se por depender psicologicamente de um produto para definir a si próprio. Dizer "prefiro café do que chá" parece pouca coisa, mas corresponde a afirmar-se como pessoa que faz uma escolha. O mesmo diga-se dos homens, dos carros, dos lugares onde passar as férias e das roupas!
3 Fazer uma lista das minhas qualidades- Tomar consciência dos próprios pontos de força.
O que está em jogo: "A estima que temos de nós mesmas necessita de ser estimulada e reforçada constantemente", lembra Isabelle Filliozat. Por isso, a primeira coisa a fazer, muitas vezes, é "tomar consciência das próprias qualidades ". Claro que sim, todas nós temos algumas! Mesmo se, às vezes, tentamos a todo custo convencer-nos do contrário...
Como fazer? "Simplesmente colocando preto no branco", aconselha a psicóloga. Faça uma lista das suas 20 qualidades principais (não, não, 20 não são demais). Considere todos os setores: qualidades afetivas, intelectuais, de relação, desportivas, físicas... Se necessário peça conselho aos seus queridos. Vai lhe fazer bem e você vai se afogar em elogios! Peça a eles, por exemplo, quais são as três qualidades que preferem em você ou no relacionamento com você.
A dica a mais: A sua lista está pronta? Ao lado de cada qualidade escreva o que ela permitiu que você fizesse. Por exemplo, sou corajosa = trabalhei por seis meses numa lanchonete para pagar minhas férias; sou bonitinha = na discoteca sempre me oferecem um drinque... Assim você terá a "prova" das suas qualidades. E guarde bem a sua lista, para poder reler quando quiser.
4 Estabelecer objetivos- Aceitar os desafios.
O que está em jogo: Ter um projeto, objetivos, significa incentivo para agir. E entender que querer é poder! "A confiança em si mesma está em correr riscos ", salienta Isabelle Filliozat. Portanto, "estabelecer uma pequena meta diária aumentará rapidamente a sua segurança pessoal ".
Como fazer? Estabeleça objetivos coerentes e atingíveis. Que dependam só de você, não dos outros e fale usando a primeira pessoa singular. Por exemplo: Eleonora, uma colega, convida você ao seu aniversário. Ela é gentil, mas você está apavorada: vocè não conhece ninguém e tem suores frios só de pensar em passar uma noite como uma pobre coitada abandonada. Ao em vez de recusar com uma desculpa qualquer na qual ninguém irá acreditar ("não posso, meu gato está gripado"), aceite e estabeleça um objetivo como: "vou propor um assunto de conversa para a reunião ", "vou puxar conversa com todas as pessoas que usam óculos", "vou chegar perto de um grupo já formado" etc.
A dica a mais: À medida que forem atingidos os objetivos estabelecidos, aumente a dificuldade e a frequência dos seus pequenos desafios: "vou a uma festa onde não conheço ninguém e vou me divertir assim mesmo", "entro numa loja muito chique e provo todos os vestidos”.
5 Sei dizer não- Saber afirmar os próprios desejos.
O que está em jogo: Dizer não significa ousar, afirmar os próprios desejos e as próprias necessidades. Se dizemos, sempre, sim, principalmente quando pensamos o contrário, o fazemos por medo de não agradar. É um medo que remonta à infância, época durante a qual achávamos que tínhamos que obedecer aos pais para ganhar o amor deles. Opor-se significa entender que os outros podem nos amar mesmo quando não concordamos com eles. E que nos respeitam mais quando nos afirmamos!
Como fazer? Para começar tente mudar seu parecer. Saber mudar de idéia é sinal de inteligência: "Mais você demostra ter mudado de opinião sobre um assunto, mais será estimada e respeitada ". Sem exagerar, claro, não estamos falando de mudar de idéia sem razão. Tente, para começar, mudar de idéia em situações sem consequências. Por exemplo ao fazer compras. Peça 100 gramas de presunto. Não, espere, vou levar salame. Não, pensando bem, melhor presunto. Depois, experimente com algo mais sério, no trabalho, por exemplo: a idéia que ontem pareceu excelente durante a reunião, depois de refletir a fundo não parece mais tão boa. Você pensou e refletiu nela, afinal é para isso que vocè é paga, não?
A dica a mais: ofereça a si mesma um dia "no limits" durante o qual você irá fazer tudo o que é mal visto (pelos pais, pela sociedade, pelo namorado). Escolha passar o dia na banheira, comer uma quantidade industrial de sonhos recheados com nutella, gastar um despropósito numa bolsa... O objetivo: "atravessar de novo a fase de oposição da criança " e livrar-se simbolicamente de todas as proibições que interiorizamos.
6 Destaque-se dos outros- Manifestar as próprias preferências.
O que está em jogo: Vestidos, opiniões, gostos musicais... são outros tantos assuntos sobre os quais tendemos, mais ou menos cientes, a fazer "como os outros " (a nossa família, o nosso contexto social e cultural, a nossa geração). Por medo de sermos julgados e rejeitados pelo nosso grupo. "Mas nunca é tarde demais para tentar expressar a própria personalidade ", explica Isabelle Filliozat. "Quando nos sentimos nós mesmos somos mais confiantes ". Como fazer? Destaque-se dos outros! Todas as ocasiões são boas. No restaurante todos pedem salada? Escolha pizza. Na sua casa sempre se passam férias na praia? Passe na montanha! Ou no deserto, ou no lago, contanto que seja diferente.
A dica a mais: Brinque com a sua imagem! Presenteie-se com uma sessão provador sem comprar nada (deixe o cartão de crédito em casa) e prove todas as roupas que você não costuma usar. Invente um look e... deixe-se surpreender pela mulher do espelho.
7 Desenvolvo minhas capacidades- Acreditar no sucesso.
O que está em jogo: Confiar em si mesma "não significa conseguir fazer tudo, saber tudo em qualquer circunstância " salienta Isabelle Filliozat. É, antes, "pensar de ser capaz de fazer ou aprender a fazer " aquilo que nos pedem ou que desejamos. Em suma, não é importante acreditar que se é competente, mas convencer-se de podemos nos tornar tais, se tivermos a oportunidade.
Como fazer? "Se não sei fazer, posso aprender". É a frase do dia a ser aprendida de cor para parar de acreditar de ser uma incapaz! E, para desenvolver as próprias capacidades, Isabelle Filliozat aconselha a técnica do "como se". Enfrente as situações que a bloqueiam, comporte-se como se soubesse fazer. Exemplo: o cara mais lindo da festa convida você para dançar. Problema: você e a dança brigaram há muito tempo. E de repente você se arrepende de ter faltado àquelas aulas de ginástica rítmica com a sua melhor amiga. Consequentemente, você recusa gentilmente o convite. A atitude certa: faça como se você soubesse dançar. Atire-se, observe e aprenda. A mesma coisa no escritório: você sua frio só de pensar em usar o Excel? Observe o que faz a sua colega mais experiente e a imite. Se ela consegue, porque você não deveria?
A dica a mais: não ter medo de errar. É errando que se aprende.
8. Abro-me para os outros- Ir ao encontro dos outros.
O que está em jogo: Você espera ter confiança em si mesma para abrir-se aos outros? Tudo errado! Seguindo este princípio vocè vai fechar-se num círculo vicioso: mais você é sozinha, menos confiança você tem em si mesma. "As pessoas que se sentem à vontade não são necessariamente mais inteligentes ou mais cultas que as outras (...). São apenas mais "simpáticas" porque ousam aproximar-se aos outros e fazer amizade", lembra Isabelle Filliozat.
Como fazer? O truque mais simples para ir ao encontro dos outros quando somos um pouco tímidas consiste em dar uma mão (à vizinha cheia de sacolas que volta para casa, à colega atrasada com seu trabalho, à dona de casa durante um jantar). Uma estratégia simples mas eficaz: sem precisar se mostrar muito, vai resultar logo mais simpática. E, principalmente, tente olhar os seus interlocutores nos olhos. "O contato ocular é essencial" para começar a falar com alguém de modo direto e seguro, salienta Isabelle Filliozat.
A dica a mais: Fale pelo menos três vezes por dia com um desconhecido, na fila, no caixa, na rua. Para saber que horas são, pedir uma informação... Não há nada mais fácil para aumentar a confiança em si mesma na vida de todos os dias!